domingo, 23 de agosto de 2009

Um sonho que se aproxima cada vez mais...




Misteriosa sobre duas rodas
Mesmo sabendo que a primeira superbike de verdade foi a inglesa Vicent Black Shadow, a famosa "fazedora de viúvas". Essa história é sobre a Munch Mammut.
No início dos anos 60, Friedl Munch caiu na simpatia por um motor de um automóvel muito especial, o NSU 1200 TT, um carrinho pequeno e legal.
Refrigerado o ar e construído em alumínio, era a planta de força que servia como uma luva em uma moto. Leve e compacto - em termos - o motor NSU se prestava bem aos desejos de Friedl Munch, o pai da ideia e construtor. Antigo aprendiz da famosa fábrica alemã Horex, que faleceu nas mãos estranhas da Daimler Benz, a Horex deu a Munch o passado de saber como fazer uma moto, e efetivamente. Um quadro bem triangulado, componentes da melhor qualidade como frentes Ceriani (um mito e um feitiche nos anos 60-70) abraçando um freio ainda tambor, mas construído em magnésio, rodas Borrani, amortecedores Koni, pneus Dunlop k81... A lista de partes da moto era uma pornografia completa para os que tinham motorgasmo nessa época.
O guidão era evidentemente um Manx abraçado nas canelas, como motos de homem nesse tempo tinham. O banco era feito com uma corcova na traseira para segurar a bunda em arrancadas fortes, que a MAMUTE, ou elefante pré-histórico, dava a mão cheia. Com 88 cv para 280 kg mais ou menos, era um avião perto até das poderosas CB 750 desse tempo, que tinham 67 cavalos e muito menos cilindrada, o que quer dizer menos torque e mais cambiadas. A caixa de marchas era inglesa, separada do bloco, já que seria impossível usar a caixa do carro. Uma particularidade era que a Munch foi uma das raríssimas motos a usar uma carburação Weber 40 horizontal em sua execução mais mansa. Outra versão vinha com injeção e chegava a 100 cv de potência QUARENTA ANOS atrás. O resultado? Passava fácil de 220 km/h e ao contrário das nipônicas dessa época, fazia curvas e se portava bem nas longas retas das autobahnen alemãs, seu habitat natural. Também, com tamanho delicado que tinha não era para menos. Mas o esplêndido som do motor NSU compensava muita coisa, e o acabamento também era esmerado, como seria de esperar em uma moto feita praticamente a mão. Os modelos feitos lá pelos anos 70 já tinham duplo disco, quando isso era coisa de moto de corrida. O modelo derradeiro confirmava o diagnóstico de saúde mental de Herr Munch: o doido germânico montou no modelo injetado um turbocompressor, cheio de retardo para entrar. Mas quando entrava jogava a casa abaixo, com 143 cv fazia a mammouth alcançar 250 km/h . É pensar que isso era em outros tempos, outras eras, onde sonhar era permitido e querido...

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